iPad "made in Brazil" sem taxas de importação, mas com preço de importado?

imagem: Divulgação/Apple

Quem esperava que os iPad 2 e novo iPad fabricados no Brasil seriam mais baratos, teve uma enorme decepção: os produtos da Apple "made in Brazil" - produzidos na fábrica da Foxconn em Jundiaí, interior de São Paulo -, chegaram às prateleiras com os mesmos preços dos importados.

 Segundo a Veja, o Novo iPad brasileiro de 32 Gigabytes, com conexão WiFi e 4G, está custando 2.049 reais no site da Apple, "preço idêntico ao praticado em maio, quando o produto importado chegou ao país". A matéria ainda menciona que "no Walmart e na Americanas.com, onde há modelos nacionais e importados disponíveis para venda, o valor é o mesmo: 2.049 reais em ambos os casos."

Por mais que se procure entender a nivelação dos preços "nacional x importado" desses produtos, não há qualquer motivo relacionado aos custos de fabricação que a justifique, a não ser que os preços sejam mantidos assim temporariamente, como meio de forçar a venda dos importados até que se esgotem os estoques nas lojas brasileiras.

Ainda assim, não se pode esquecer que produtos importados são bem mais caros que nos países de origem por causa das taxas alfandegárias e de transporte (fora o ICMS) que obviamente lhes são agregadas no preço final. Há ainda outro valor, menos ético, que os comerciantes brasileiros costumam agregar nos preços dos importados, o qual podemos chamar de "valor de status da etiqueta", que faz com que esses produtos cheguem a custar até mais de 300% do preço de FOBE, isto é, do preço vendido no país onde é fabricado.

Incentivos fiscais 

Resta saber se a Foxconn no Brasil é realmente uma fábrica ou apenas uma montadora dos produtos da Apple produzidos em Taiwan. Se for uma montadora, a importação dos componentes poderá agregar os valores de taxas alfandegárias e de transporte, porém com uma diferença: o Governo brasileiro deu incentivos à empresa taiawanesa para ajudar a diminuir os custos de fabricação (ou montagem).

No início deste ano, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) autorizou que os tablets da Foxconn fossem enquadrados na Lei de Informática (nº 8.248) e na Lei do Bem (nº 11.196), o que ajuda a reduzir em até 30% os custos de fabricação desses equipamentos, visto que estas leis foram criadas para dar incentivo fiscal a empresas que produzem eletrônicos com um porcentual de conteúdo nacional.

Respostas do Governo (dadas ao G1)

"Os preços devem cair mais para frente porque está havendo aumento da demanda", garante o secretário de Políticas de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Virgílio Almeida, ao G1.

"A Lei não diz nada em relação a preços", diz o secretário ao esclarecer que a contrapartida da empresa que produz no País é iniciar a manufatura local até seis meses após receber a autorização do MCTI pelo Processo Produtivo Básico (PPB) e investir 4% da receita com a venda do produto - tablets, nesse caso - em Pesquisa & Desenvolvimento.

“Estamos incentivando a criação de uma indústria e não de uma empresa”, disse o secretário.

Almeida também ressaltou que a instalação da Foxconn no país – a primeira fábrica da empresa fora da China - gera outros benefícios. “Hoje são mais de 3 mil empregos criados na linha de produção de iPhones e iPads e uma experiência que não temos aqui, como controles e engenharia de qualidade”.

Nossa resposta

- Fala sério!!!

Com informações da Veja e do G1

2 comentários:

  1. Brasileiro é sempre esperto mesmo. Produto brasileiro, preço brasileiro poxa.

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  2. Pois é, amiga linda. Este é o país no qual os incentivos são dados para gerar lucros e não para diminuir as desigualdades. Bons produtos são para os ricos. Para os pobres mortais como eu, só mesmo os "ching-ling". rsrs

    Obrigado pelo comentário!

    Beijo no coração...

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