fonte imagem: chicatec |
A entrada indiscriminada de celulares chineses no Brasil está deixando os fabricantes nacionais em situação desconfortável por causa da concorrência desleal e o governo brasileiro está estudando a possibilidade de impor sanções restritivas à importação desses aparelhos.
A reclamação dos empresários brasileiros é de que, segundo eles, há aparelhos sendo importados a U$ 12 e o menor custo de produção no Brasil é de U$ 38. "Os preços dos componentes são commodities. Se os componentes
representam 80% do custo, como um aparelho chega ao Brasil por US$ 12? O
mais barato que conseguiria chegar é US$ 27", afirmou uma fonte ao Estadão.
"Há suspeita de que as fábricas chinesas estejam usando o benefício de
exportação concedido pelo governo chinês para conquistar espaço no
mercado brasileiro. O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior investiga o caso", diz a notícia.
Leia matéria na íntegra no Estadão
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Desde que o governo brasileiro resolveu escancarar as portas para os produtos chineses numa tentativa de que a China votasse no Brasil para o Conselho de Segurança da ONU, muitas empresas brasileiras têm se desdobrado para conseguir se manter. Inclusive, para suportar a concorrência, algumas resolveram apelar para as fábricas daquele país, tal como aconteceu com a Brinquedos Estrela e muitas indústrias de têxteis e vestuário.
Apesar disso, pelo o que "parece", a China não está nem um pouco interessada que o Brasil faça parte do dito conselho, tal como diz o artigo de A Publica. org sobre telegramas interceptados pelo wikileaks com este assunto. Com relação a tal negociação que abriu as portas do nosso país, o artigo diz que:
"Naquele momento, chamava atenção a viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia realizado à nação asiática acompanhado por uma enorme delegação de 400 empresários. Os telegramas indicavam que a relação era desigual em termos de trocas comerciais, com envio de commodities brasileiras em troca de produtos industriais chineses¹.Dados divulgados em abril pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatam que a desigualdade se aprofundou, e atualmente 86% da exportação brasileira ao parceiro é baseada em produtos primários²." (1-2 grifos nossos)
Parece que o Brasil ainda está naqueles tempos em que trocavamos pau-brasil, ouro e pedras preciosas por espelhinhos e outros cacarecos. Nossa matéria prima é vendida a preço de banana e retorna como produtos industrializados, com outros valores embutidos e gerando empregos lá fora. O país vira piada enquanto nossos governantes se vangloriam dizendo que a nossa economia está "de vento em popa".
Já falei em outro post sobre as "bolhas" que existem em economias "mascaradas" e que quando estas "estouram" acontece um caos monetário não só no país que as gerou, mas também em outras economias interligadas, tal como aconteceu recentemente com os EUA e atualmente está deixando os europeus apavorados.
Torço para que as máscaras por aqui não sejam tão fantasiosas a ponto de gerar a tal bolha, apesar que estamos vendo a maioria dos brasileiros se iludindo e comprando mais do que seus ganhos suportam e os índices de inadimplência subindo a cada dia. Se a bolha surgir, um dia estoura e aí... segura Brasil!
Até a poderosa Petrobras, "menina dos olhos" do governo, está pedindo arrego e implora ao governo para diminuir o Cide com medo de não ter caixa para bancar o pré-sal, talvez por causa do cabide de empregos que a empresa tem se transformado, tal como eram as antigas estatais que causavam enormes prejuízos ao Erário por incompetência de gestão e pelos altíssimos salários dos indicados políticos aos cargos das suas diretorias. O pré-sal poderá ser um fiasco, mesmo porque os custos operacionais são muito altos e o petróleo retirado é muito rico em CO2 o que, além de encarecer ainda mais o produto final por precisar de um beneficiamente mais complexo, é o principal causador do efeito estufa e das mudanças climáticas e isso será como andar na contra-mão daqueles que buscam uma solução para este seríssimo problema global.
Acordemos para o seguinte fato: se o país conseguiu ter um crescimento considerável no
governo anterior, isso se deu por ações tomadas bem antes dele. Os principais foram a abertura da economia feita no (quem diria) governo Collor (quem lembra dele chamando nossos carros de carroça?), do Plano Real que estabilizou nossa economia e das privatizações que tornaram as antigas estatais em empresas produtivas, competitivas, geradoras de centenas de milhares de empregos (quem mais empregou foram as telecomunicações depois de privatizadas) e, o melhor, passaram a gerar bilhões em impostos quando antes só geravam prejuízos.
Interessante é que todas essas ações foram criticadas ao extremo pelo partido do dito governo. A questão das privatizações é até hoje usada como "arma" durante as campanhas eleitoreiras, acusando aqueles que promoveram os leilões de terem vendido as empresas por custos baixos sem atentarem para o fato de que foram vendidos prejuízos, pois além dos rombos que elas causavam aos cofres públicos, também estavam sucateadas. Querem saber onde está o dinheiro da venda? Basta olhar os muitos bilhões que anualmente elas geram em impostos para o país e que custeou o "sucesso" do governo anterior.
Desculpem-me aqueles que discordam, mas tenho a mais absoluta certeza que, não fossem os muitos absurdos que aconteceram, tal como o foi com o caso da China, os muitos casos de corrupção deslavada como o tal mensalão e os bilhões em obras sucateadas e inacabadas pagos com o nosso dinheiro - isso por falta de um controle rígido por parte do governo -, eramos para estar muito melhores do que hoje nos encontramos e sem muito esforço.
Dizer que a nossa economia vai bem é muita cara de pau daqueles que dizem assim como dizer que somos a sexta economia, com um salário mínimo muito abaixo da média mundial, é coisa pra só chinês entender.
E da nossa economia os chineses entendem, e como!
Valha-nos, Deus!
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