O caos aparente e o mundo das aparências

Assim que entro no meu quarto, a primeira impressão que tenho  é de que Irene Furacão, o furacão, passou por ele, mas logo me adapto e o que era um verdadeiro caos volta a ser o meu recanto predileto para dormir escrever. Problema mesmo é quando alguém com a melhor das intenções resolve me fazer uma surpresa e, sem qualquer aviso prévio, dá aquela "garibada" no cafofo dito recinto.

É aí que o caos se instala. Fico totalmente perdido e tenho que revirar ajeitar tudo novamente na tentativa de encontrar coisas básicas, isso se a boa alma não resolver colocar no lixo aquele objeto super importante apenas por não gostar da aparência e desconhecer que aquilo que para uns é lixo material de descarte, para outros tem valor inestimável. Se soubesse que existe quem pendure pizza embolorada na parede e diz que é obra de arte... rá rá rá rá

Bom... Não estamos aqui para falar sobre o meu escritório dormitório, mas sim no exemplo que ele possa representar para as minhas divagantes argumentações. Nele o "caos" é mera aparência, visto se tratar de uma relativa bagunça organizada, na qual eu sei onde encontrar com pouquíssima dificuldade cada item desejado, inclusive a minha cama.

Analisando por este aspecto, entendo que muitas das desordens que percebemos em ambientes, circunstâncias e até em pessoas não passam de aparentes pontos de vista de acordo com a interpretação de cada um. Em todo e qualquer "caos" haverá sempre uma ordem que o levará em algum momento ao “equilíbrio”, isso caso tal “equilíbrio” já não estiver devidamente instalado. Complicado demais?

Conhece a frase “no início era o caos”? E era? Bem... Pelo ponto de vista de alguém viciado em limpeza acostumado com coisas “organizadas”, sim. Mas para aquele que desenvolveu o aguçado olhar da alma, o qual extrapola o olhar físico, não! Uma casa em construção, por exemplo, enquanto está sem qualquer acabamento, chega a causar repulsa em alguns, porém basta recobrir aquele “horror” com camadas de “peles” coloridas e texturas que ela passa a ser vista “com outros olhos”. Entretanto, por baixo da “pele” o “caos” ainda está lá, numa mistura de ferros retorcidos, tijolos, argamassas, tubulações...

Do mesmo modo é com cada um de nós. Por trás de cada rosto, por mais “belo” que seja, existirá sempre uma “horripilante” caveira. rá rá rá rá E acabamos por não observar que é por conta desse “caos” visual de ossos, vísceras e outras coisas “horrendas” que, quando recoberto de pele, nos faz enxergar  a aparente “beleza” ou “feiúra” de cada um. Por isso costumamos falar “cuidar da aparência”, pois não se trata de outra coisa a não ser uma reles aparência mesmo.

Pois... O “no início era o caos” foi dito com tais palavras por causa das nossas limitações cognitivas interpretativas, principalmente na época que foi escrito. Se fosse de forma detalhista, não entenderíamos coisa alguma. Daí aquele monte de metáforas e símbolos bíblicos, mas essa é outra história...

Fonte: gugaciencia2011.blogspot.com
E eis que forças poderosas colocaram uma pele por cima daquele “caos” todo e o mundo ficou lindo e maravilhoso para o deleite do nosso olhar! Porém, isso não quer dizer que ele deixou de existir, não é vero? Está logo abaixo de nós, sob a pele crosta rochosa que o recobre. De vez em quando nos dá os ares da graça irrompendo aqui ou ali, como acnes em adolescentes. A diferença é que enquanto as afecções cutâneas apontam para possíveis desequilíbrios hormonais nos mais jovens, as afecções terrestres são os meios que o planeta tem para manter em equilíbrio a sua pressão interna e de renovar reciclar a pele-crosta que a recobre. E por este fenômeno muitas vezes nos afetar diretamente, o chamamos de “catástrofe”.

Entretanto não há “caos” e nem “catástrofe” na natureza. Aliás, tem uma coisa que você precisa saber: a natureza não se preocupa nem um pouco conosco. Nós sim é que devemos nos preocupar e muito, pois sempre que ela necessitar restabelecer seu equilíbrio não vai nos dizer “filhinhos, fiquem ali naquele cantinho pra mamãe não machucar vocês!”, a não ser que saibamos interpretar suas “vozes”. Ela se sacode e pronto. Aí é “perna pra que te quero” e “salve-se quem puder”. E é caos? Claro que não! Até mesmo isso tem uma função natural: evolução e aprendizado. Afinal, a Vulcanologia e a Sismologia não são alguns dos seus frutos?

Então, por mais feias que as coisas pareçam ser, elas existem sempre em detrimento de outras, assim como os ossos o são para estruturar e manter a nossa pele firme e “bonita”, além de nos permitir ficar eretos. Já pensou se não existissem? Seríamos gelatinosos e disformes, mais amebas do que outra coisa. biitoooos! rá rá rá rá

Como estamos viciados adaptados a este universo de aparências, buscamos sempre lugares e pessoas mais maquiadas possível, pois costumamos dar maior valor ao que parece ser e não ao que verdadeiramente é. É assim que um indivíduo “polido” será sempre melhor aceito pela sociedade do que um “rústico”, mesmo que o primeiro seja um psicopata, ou corrupto, ou traficante, ou tudo isso junto enquanto o segundo seja trabalhador, honesto, amigo e com mais uma gama de virtudes. E todas as portas são abertas com sorrisos largos quando se adicionam outras “peles” sobre a pele natural, principalmente as mais caras, tais como roupas de grife, veículos luxuosos, jóias, mansões e muito dinheiro, entre outras coisinhas “básicas”. Quanto mais, melhor!

Não é a toa que os embates nos bastidores do “poder” sejam tão acirrados a ponto de valores como honestidade e moralidade se tornarem conceitos pífios ou mortos. Não poderia ser de outra maneira, pois quanto mais “poder” alguém possa aparentar mais aplausos recebe da sociedade. Porém, para cada ação, uma reação. Para cada ilusão, uma decepção. E o indivíduo sofre...

Caso não existisse esta força natural cuja reação causa sérios sofrimentos, até poderíamos chamar a isso de “caos sócio-moral”. Felizmente, ela age de modo que dia menos dia o indivíduo se coloque no seu devido lugar. Também não nos esqueçamos que na natureza tudo o que sobe tende a descer. E é assim que, diferente do que costumamos imaginar, quanto mais “alto” o indivíduo se coloca perante a sociedade mais sofre as conseqüências porque se distancia daquilo que chamamos “felicidade”.

Amigos verdadeiros? Fidelidade? Parentes sem qualquer interesse? Bons sentimentos? E a saúde, tudo bem? Será mesmo necessário responder? Melhor não... Pena que alguns só obtêm tais respostas após perderem todas as “posses” ou ao observarem a realidade a partir do prisma do “além mundo”. Desse modo, podemos dizer que a felicidade que presenciamos em tais indivíduos é superficial, ilusória, portanto, mera aparência. A lição, ainda que “tardia”, será aprendida, queiramos ou não. Aqui reside um grande “mistério”... eheheh.

Com civilizações e nações ocorre fenômeno semelhante. Se observarmos na História, perceberemos que as civilizações mais poderosas que existiram acabaram subjugadas e humilhadas, inclusive por aqueles a quem antes oprimiam.  As civilizações egípcia, grega e romana são os melhores exemplos desse fenômeno, principalmente esta última.  A ambição do Império Romano foi tal que acabou expandindo os limites de seu território para além das possibilidades logísticas de controle político pelos seus últimos imperadores. A espetacular economia foi corroída pela inflação e rapidamente declinou. A poderosa força bélica, principal responsável pela expansão, se fragmentou. Então vieram os bárbaros... ...e toda a estrutura do Império desmoronou.

Façamos então uma analogia com o que acontece na atualidade. Algumas nações apostaram na força bélica para fortalecer suas economias e se tornaram as mais poderosas do planeta. Expandiram seus “limites socioeconômicos” muito além do que poderiam controlar ao “venderem” suas ideologias como meio de controlar as riquezas de outros povos, deixando estes com sérios problemas sociais beirando os limites da miséria.

Criaram falsas economias baseadas em supervalorizações abstratas e “virtuais” agregadas a bens imóveis (o Japão que o diga), mercados de ações, impostos, precatórios e outros “ativos” especulativos. Além disso, brechas foram abertas para que tais valores fossem manipulados de modo fraudulento, o que aumentou ainda mais a distância entre o que é real (nada a ver com a moeda brasileira, ok?) e o que aparenta ser.

Isso quer dizer que as maiores economias, diferentemente da crosta terrestre e da pele de nossas faces, estão perigosamente apoiadas em espaços vazios ou “bolhas”. Quando uma dessas “bolhas” estoura, os índices desta ou daquela economia são reduzidos descontroladamente, o que gera um “caos” monetário em todo o planeta devido à intitulada “globalização financeira”.

Juntando-se a isso a constante diminuição de eventos de guerra no planeta (graças ao dolorido aprendizado pelo qual a humanidade passou principalmente pelo “caos” gerado pela Segunda Guerra Mundial e com o pavor pela constante ameaça de uma guerra nuclear durante a Guerra Fria), as nações cujas economias também estão fortemente baseadas na venda de produtos bélicos passaram a perder cada vez mais essa importante fonte de lucro. Muito ao contrário, pois notamos nos últimos conflitos que a guerra passou a ser um desastroso negócio. As nações que participaram ativamente nestes eventos sofreram sérios prejuízos sem conseguirem o efeito desejado, o que acarretou um substancial aumento nas suas dívidas.

Obviamente que quem mais sofreu estes efeitos foi os EUA, visto serem os mais ativos em tais conflitos por conta de interesses particulares. Consegue imaginar o que é gastar mensalmente oito bilhões de dólares apenas com a guerra no Afeganistão? Pois é.

O presidente Obama recebeu este abacaxi tal herança dos seus antecessores e agora tem que se desdobrar para tentar estabilizar a economia daquele país e ainda mantê-lo com o “status” de maior superpotência do planeta. Garantir o teto da dívida pública (mega-bolha) americana em mais de quinze trilhões de dólares não é para qualquer um. Isso sem falar no gerenciamento da sua dívida sem lastro (hiper-bolha), que chega a “míseros” cento e quinze trilhões de dólares. Como os enormes prejuízos com as guerras “pacificadoras” (sic!) continuam em curso, até quando eles conseguirão manter as aparências e o total controle dessa economia? Já não vimos isso acontecer nas civilizações antigas?

A questão é que isso está fazendo balançar a estrutura econômica de vários países em todo o mundo. Esse estado de “caos” poderá estourar muitas outras bolhas nas “economias” aparentes e levar à bancarrota aqueles que se colocaram acima apenas pensando no conforto dos “seus” e indiferentes às conseqüências desastrosas que isso ocasionaria a outros povos. Se não for dessa vez, será numa próxima, porque a lei natural age num tempo diferente do que estamos acostumados, mas jamais falha.

Quando Se isso acontecer, os que estiverem abaixo tenderão a subir apoiados no refluxo natural das riquezas, enquanto os que estão acima descerão e se verão obrigados a se apoiarem naqueles que antes foram os seus “inferiores”. Estes, pelas virtudes adquiridas com os sofrimentos de outrora, certamente estenderão suas mãos aos “de cima” num gesto de amor, fraternidade e solidariedade.

Então já não serão mais os “Estados Unidos” a ditar regras planetárias em proveito próprio, mas sim os Países Unidos buscando soluções em benefício de todos sem distinção, inclusive de cuidar melhor da “derme” da Mãe Terra e estudar profundamente o que acontece nas suas vísceras para, desse modo, melhor interpretar seus avisos de quando e onde vai sacudir sua “pele” e/ou soltar o seu poderoso e mortífero “pum”. rá rá rá rá

Fonte: alphaart.blogspot.com
Portanto, não se deixe enganar pelas aparências. Tenha em mente que todo e qualquer “caos” sempre é sinal de mudanças, aprendizado, transformação, evolução e reequilíbrio. Afinal, Deus não “escreve certo por linhas tortas”. Ele escreve certo por linhas certas, porém, míopes que somos, acabamos lendo tudo desfocado e torto...
 

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