Máximo engano: tempestades na casa vizinha não afetam a minha (Pimenta no...) (parte 1)

Tem momentos que me sinto como se não fosse desse mundo. Muitas vezes chego até a pensar que não nasci, mas que teria sido chutado deixado aqui por algum ET engraçadinho só pra me sacanear. O que me conforta é a minha desconfiança de não ser o único a me se ver assim, tal como se fosse um alienado alienígena na lista "esquecidos e desaparecidos"  de algum OVNI e pronto a ser abduzido resgatado a qualquer momento.

Quando estou zen me sentindo assim e percebo alguém admirando as estrelas, o pensamento que me ocorre é um só: "eis mais um com saudades das Plêiades". Esquisito isso, não acha? O quê? Pensar estas coisas? Não, não... Isso é normal. Esquisito é essa mania de todo aluado como eu falar que é nas Plêiades. Bem que podia ser na Ursa Maior, NGC 5010 e até UMa DSph (credo!), mas não!... Tem que ser justo nas Plêiades ou, no máximo, em Órion ou Andrômeda. Eu particularmente prefiro Plêiades mesmo. Sei lá, entende? Lembra "tipo assim" os egípcios, a pirâmide de Quéops, energias cósmicas, São Tomé das Letras (ops!) essas coisas...

Chega até a parecer conversa de quem faz terapia de vidas passadas. Já notou que quem participa disso raramente diz que foi o Zé das Couves, a Ambrosiliana ou o famosíssimo Um Dois Três de Oliveira Quatro? E mendigo? Ladrão? Trapaceiro? Nem pensar!!! Ou foram reis egípcios (viu?), príncipes indianos e aristocratas franceses (de Paris, óbvio!) ou D. Pedro I, a princesa Leopoldina ou Isabel entre outros tantos membros da “elite” da mais “alta casta” que nasceram, dormiram e "morreram" em confortáveis berços esplêndidos. E alguém lá gostaria de ser ter sido pobre?

Se fosse eu a fazer participar de uma dessas sessões, é quase certeza que descobriria que já fui um dos membros do Conselho Geral de Alfa-Centauro, mas oriundo de outras paragens. De onde? Das Plêiades, claro! hehehe

Brincadeiras à parte, nada de querer aqui tirar o mérito de hipnoterapeutas sérios. O problema é com “hipnotizadores” que ludibriam apenas por lucro em nome de tão nobre prática e, por tabela, levam muitos a questionarem erroneamente a credibilidade daquela que considero como a Consoladora Doutrina do Bem, do Amor e da Paz. Qual? Certamente toda e qualquer que motive o ser humano a ser cada vez menos orgulhoso e egoísta e mais sensível, simpático, empático, tolerante, fraterno, solidário e caridoso não apenas em benefício de um determinado grupo, mas de toda Humanidade! Será que me safei?

Retornando a nossa prosa inicial antes que alguém me atire numa fogueira, por vezes me sinto realmente como um alienígena, porém não por me achar diferente dos terráqueos outros seres humanos. A questão é exatamente essa: eu me acho muito igual a todas as pessoas! Sem mais e sem menos! Idêntico! Isso independente de nacionalidades, idiomas, grau de inteligência, crenças, convicções, sexo, preferências sexuais, cor de pele, idade, vestes, posses, status sociais ou títulos de qualquer natureza! Isso não é normal, não é mesmo? Alguém poderá dizer: “cara, você não está sendo nada modesto com esta afirmação” e minha resposta será “mais uma prova de que não sou nada diferente de você!” Isso é normal? Pelo menos não é o que tenho visto por aí, salvo poucas exceções...

Ricos, pobres ou miseráveis, todos parecemos disputar o troféu Ego do Ano, seja nos lares, quadras, ruas, bairros, trabalhos, escolas, bares, praias, centros esportivos ou... no trânsito (trânsito te lembra alguma coisa?). Ninguém quer ficar “por baixo” e o outro sempre deve estar pronto a ceder tudo do que ele necessita acredita ser meu seu por “direito”. Por falar em direito, a coisa é tão complicada que até o sistema de normas que regulam as relações sociais é egoisticamente intitulado como Direito, entretanto, como Dever, never! Por acaso já ouviu alguém dizer “vou procurar os meus deveres”? rá rá rá rá Duvido!

É bem provável que esse comportamento do terrícola ser humano tenha a ver com o instinto de autopreservação, mas, cá entre nós, instintos nada mais são que automatismos primitivos que nós ele ainda carregamos e a própria palavra “automático” nos diz que isso não tem nada a ver com inteligência, não é verdade? É por isso que quando queremos justificar alguma atitude injustificável costumamos dizer que “foi um gesto instintivo, impensado”. Aliás, instinto não é uma característica “humana”, mas sim de todos os animais e é aí que o homem vira bicho pega. O que eu quero dizer é que os comportamentos egoístas e/ou egocêntricos são os hábitos ou instintos mais imbecis animalizados, primitivos, inconseqüentes e prejudiciais que todos nós carregamos em maior ou menor grau. Obviamente que prejudiciais aos outros, mas também, por reflexo, a nós eles mesmos e, na maioria das vezes, sem que o percebamos.

Essa não capacidade de percepção dos efeitos prejudiciais, apesar de relativa, normalmente é proporcional ao grau de egoísmo/egocentrismo de cada um de nós. Quanto mais acentuado esse grau, maior também é o grau de catarata miopia antropononsitóptica (forcei demais?) do indivíduo.  Daí a raridade de se encontrar quem não se coloque como vítima pelas “N” dificuldades e até por tragédias que lhe possam acontecer em conseqüência dos próprios atos e/ou, ainda e principalmente, por não ter observado as dificuldades e tragédias alheias e/ou, caso tenha observado, não ter tentado qualquer atitude capaz de lhes aliviar ou sanar o sofrimento mesmo quando tinha plenas condições de fazê-lo. Como assim? E eu é que sei? A boca é tua, coma do jeito que quiser (desculpa, mas não resisti. eheheheh)

Bom... Como dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, lembrei-me agora de uma campanha antidrogas veiculada na TV algum tempo atrás que achei o máximo e da qual posso me utilizar para “ilustrar” um exemplo de “efeito reflexivo” com final trágico:

A cena se inicia com um rapaz depositando algumas notas na mão do garoto traficante como pagamento pela droga que acabara de comprar. O garoto sai correndo e entrega o montante para o “patrão” e este usa o dinheiro para comprar uma arma. Com esta arma resolve assaltar uma mulher que está com seu carro parado no semáforo. Sem qualquer motivo, o assaltante atira e mata a motorista. Finaliza com a imagem sem áudio do rapaz que comprou a droga, agora num grito de desespero e dor. Apesar da ausência de áudio, facilmente percebemos que ele grita “mãããeeeeee!”. Nem preciso dizer por que, não é?

Tenho certeza que  se fosse uma situação real, o usuário de drogas não conseguiria ter a percepção de que a sua própria atitude tinha sido a causa que culminaria no assassinato da sua mãe. Então iria clamar por “justiça”, jurar em altos brados que quando se encontrasse “cara a cara” com os culpados faria com que se arrependessem “amargamente” e mais blá blá blá, etc. e tal. O egoísmo o impediria de sequer pensar na possibilidade que sempre que se olhasse no espelho estaria “cara a cara” com o maior responsável pelo covarde crime, afinal, para ele, usar drogas é apenas um “detalhe” sem a menor conseqüência, uma "diversão" que não lhe altera o caráter e caso faça algum mal será apenas a ele mesmo e a ninguém mais.

De modo diferente, imaginemos um patrão do tipo “linha dura” que acredita que os funcionários da sua empresa são como capachos e, portanto, nos quais pode “pisar” o quanto e quando quiser. Afinal, diz ele, “to pagaaaando!”. Pagando uma miséria, esta é a verdade (semi-escravidão?). Interessa-lhe apenas o lucro que eles possam lhe proporcionar, além da empresa e sua própria família. Não quer nem saber se este ou aquele passa por sérios problemas pessoais, sejam financeiros, de saúde de algum dos seus, ou outros. “Cada um com seus problemas, pois já me bastam os meus!”, diria ele. É... Pimenta no (você decide) dos outros é refresco, diria um tal Bocage. Esquece-se, entretanto, que funcionário não é objeto e que lhe seria muito mais lucrativo se o tratasse como sócio (empregado não é outra coisa) e, principalmente, como ser humano, idêntico a ele mesmo.

Entretanto, no outro lado, os funcionários, totalmente desmotivados e insatisfeitos com as atitudes egoístas do patrão, começam a fazer “corpo mole”. Alguns mais revoltados decidem “ferrar aquele traste” e para isso tomam atitudes veladas que causam sérios prejuízos à empresa. Pouco a pouco a coisa toma proporções cada vez maiores sem que o senhor de escravos patrão consiga perceber o motivo e descarrega toda sua insatisfação em quem? Nos escravos funcionários, óbvio! A dispensa de pessoal é a única solução que lhe ocorre, a começar pelos níveis mais baixos da “hierarquia”. Com isso os sabotadores continuam em seus cargos se regozijando com a situação. Os prejuízos continuam e as dívidas da empresa se acumulam até que um grito medonho ecoa no prédio vazio: “to falido!!!”. Talvez logo após pudesse também ser ouvido um estampido e de fundo a voz do João Bosco cantando “tá lá um corpo estendido no chão...”.

Essa é uma das muitas situações complexas, porém comuns, do tipo “homi-suicídio coletivo” (tu nos ferra > nós te ferramos > tu se ferra > nós nos ferramos) gerados pelo egoísmo na qual todos saem perdendo. No caso, patrão sem empresa (e talvez sem vida) e sabotadores trabalhadores sem emprego. A culpa? Sempre dos outros...

Tá cansado(a) de ler, né? Eu sei... Confesso que também estou de tanto forçar meu único neurônio ativo só pra te chatear dividir contigo minhas idéias. Sei que falo ele fala pelos cotovelos e que sou é chato pra caramba (acho que já escrevi a respeito em outro post), então que tal ler em capítulos? Se com novelas é assim, por que não em um blog? (Blognovela é a...) Então ta...

(continua no próximo capítulo porque vou ao banheiro e já volto. Tá rindo do que? Sou igual a todo mundo, esqueceu?)

2 comentários:

  1. Adorei isso de que todos que falam de vidas passadas ou foram gente importante ou recorreram a imagens de pessoas e lugares estereotipados: foi princesa,etc, morou num castelo, foi Napoleão Bonaparte ( coisa que loucos já imaginavam antes de tais terapias. Eu, por mim, na primeira tentativa de fazer isso ( numa brincadeira) me senti macaco(a). Darwin teria adorado isto! Minha autoestima é que se chateou um pouco...mas tudo bem.

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  2. Isso de ilustrar com exemplos o círculo vicioso da vítima como ponto inicial de um processo que no fim a atingiu é bom demais!

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