Impressoras 3D: edifícios inteiros “impressos” em 20 horas

Imagem: Contour Crafting/Reprodução
Não bastasse o enorme sucesso das impressoras 3D na produção de diversos objetos, desde simples partes de brinquedos a ossos artificiais para corrigir fraturas em humanos, agora Behrokh Khoshnevis, professor de Engenharia Industrial e de Sistemas da Universidade da Califórnia do Sul, nos EUA, desenvolveu um sistema que utiliza uma impressora gigante para “imprimir” edifícios inteiros em menos de um dia.

Ele está trabalhando há 15 anos no sistema batizado de Countor Crafting e os testes com o protótipo demonstram que muito em breve ele poderá ser uma realidade prática, tal como pode ser visto no vídeo da TEDx Ojai abaixo.


A impressora consiste em vários bicos injetores e robôs que deslizam sobre uma grade gigante de barras móveis e trilhos. Na prática, usando o sistema criado pelo professor Khoshnevis, ela irá misturar cimento, “imprimir” paredes, colocar vergalhões, vigas e lajotas de lajes, instalar sistemas elétricos e hidráulicos além de pisos e azulejos e até mesmo pintar paredes, ou seja, fazer em poucas horas tudo o que fariam dezenas de trabalhadores durante semanas ou meses.
 
Veja a simulação abaixo (post de 2007):
 


O site Kurzweil diz que, de acordo com o professor, a tecnologia será mais rápida que todos os métodos convencionais de construção (incluindo a construção pré-fabricada), mais barata e vai consumir menos energia. Ela pode construir qualquer coisa que você pode programar em um computador, por isso vai oferecer flexibilidade de design sem precedentes - ângulos retos, padrões selvagens ou curvas suaves.  
 
“A máquina será capaz construir uma casa de 2.500 metros quadrados em 20 horas!”, afirma o portal The Atlantic Cities.
  
O professor Khoshnevis acredita ainda que o seu sistema pode revolucionar a construção onde ela seja necessária de forma rápida, assim como para reconstruir cidades destruídas por fenômenos naturais (terremotos, inundações, furacões) ou guerras e vai além: no site da CC, ele diz que o “Countor Crafting será muito provavelmente uma das poucas abordagens possíveis para a construção de estruturas em outros planetas, como a Lua e Marte, que estão sendo direcionadas para a colonização humana antes do fim do novo século”.

Stone Spray  

Além dessa tecnologia, existe outra que também poderá revolucionar a construção: a Stone Spray, impressora 3D desenvolvida pelos arquitetos Petr Novikov, Inder Shergill e Anna Kulik. 
   
De acordo com o site Naturlink, a Stone Spray é “um equipamento capaz de construir estruturas sólidas e complexas através da utilização de materiais locais” e difere de outras impressoras 3D porque, “em vez de utilizar materiais sintéticos como o plástico, esta máquina utiliza solo natural ou areia misturados com um agente de solidificação. Uma vez seca, a estrutura resultante assemelha-se um pedaço de coral, mas é tão sólido como o concreto”.  
 
Fora essa diferenciação, o Stone Spray também pode colocar material em qualquer direção, o que possibilita a criação de arcos multidirecionais e até a construção em superfícies verticais enquanto que a maioria das impressoras 3D só consegue colocar camadas até o topo, diz o site.  
 
“No futuro, o grupo responsável pelo projeto pretende que este equipamento possa ser utilizado na construção de estruturas utilizáveis (como pontes), construídas a partir de materiais do ambiente local”, conclui.  

 
Veja a Stone Spray em ação:
  
Stone Spray Project from Stone Spray on Vimeo.

A combinação das tecnologias Countor Crafting (na construção de edifícios) e Stone Spray (que utiliza materiais locais e faz estruturas complexas) seria um método construtivo tão perfeito que poderia colocar as demais em “check”. Com certeza seriam geradoras de muitos benefícios, mas, por outro lado, iriam causar um problema social de proporções inimagináveis e de difícil solução: o desemprego de milhões de trabalhadores da construção civil.
 
Isso quer dizer que é necessário pesar muito o quanto o ditado “não se pode fazer uma boa omelete sem quebrar os ovos” deve ser aceito pela sociedade. Milhares de empregos desapareceram com a automação das indústrias, gerando benefícios apenas para elas.  Será que isso também vai acontecer com as construtoras? Complicado...
 

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