2012 - A saga do final dos tempos continua

Sabe aqueles momentos que o cérebro não funciona de jeito nenhum e você faz de tudo, até dançar como a Joelma do Calypso, lançando a cabeça pra frente pra ver se pega no tranco? Pois é... Ontem eu estava assim, sem a menor chance da inspiração aparecer e dizer “e aí? Belêz?”.  Então aconteceu...

Fico até arrepiado ao lembrar porque parece aquela coisa que chamam de "evocação". Sabe como é? Uma única palavra parece atrair outras e outras e mais outras... E as frases vão se conectando numa forma meio desconexa até tomarem algum sentido... E lá estava eu lançando meus cabelos minha cabeça pra frente e pra trás, com uma dor danada no pescoço (como é que conseguem?) e extremamente irritado, até que resolvi dar um basta em toda aquela tortura e desabafei em alto som: - Chega! O que será se continuar com esse troço desumano? O que é que há? Pô! Calypso não!!!

Foi nesse exato momento que aquela luz muito intensa entrou pela janela... Era tão brilhante que até me permitia ver a alma quantidade de pó que ficou em suspensão no meu quarto depois de tanto agito sacudir o cérebro. E a luz tocou na minha alma vista... Meus olhos arderam com tamanho brilho e, sem acreditar no que estava vendo, fechei os olhos e exclamei consternado: - Meeeuuu Deus!... Já amanheceu!

Passei a noite inteira sofrendo tal martírio para nada, a não ser o meu desabafo que ainda ecoava na cachola. De eco em eco algumas palavras foram se destacando aos poucos... “Chega/será/troço/umano/há/pô/Calypso/não...” O sol brilhou mais forte e... ...a luz se fez na minha cabeça oca mente! A inspiração veio! Com muito sono, mas veio! Aquelas palavras-chave começaram a fazer sentido para mim, afinal era sobre um dos assuntos mais comentados do ano. Até o filme sobre o tema ganhou credibilidade de uma boa parcela do público (mesmo com aquela fuga impossível da personagem principal e família) e destaque em várias mídias. Qual?  2012, sobre o “fim do mundo”! Vai me dizer que não assistiu?  

Enfim, a frase aparentemente desconexa era o sinal profético inspirador que eu tanto esperava. Ainda assim, o duplo sentido antagônico que ela conotava nas suas vibrações fonéticas (uau!) me deixou numa sinuca de bico dúvida cruel. Qual dos sentidos deveria aceitar como verdadeiro para colocar nos meus escritos? Fixei minha mente naquela mensagem “chega será troço umano há pô Calypso não” enquanto tentava decifrar o Código Da Vinci o enigma. “Chegará ao próximo ano apocalipse não!” ou “Será no próximo ano! Apocalipse now!”? Não consegui chegar a nenhuma conclusão.

 Resolvi buscar no Google nos livros algumas informações que pudessem elucidar as minhas indagações e servir de parâmetros aos meus argumentos. “Apocalipse”, “Calendário Maia” (ou Maya?), “Nostradamus”, “Profecias Celestinas”, “Eram os Deuses Astronautas”, “Operação Cavalo de Tróia” (todos), “Quem Roubou o Meu Queijo?” e outros textos científicos ficaram espalhados sobre minha cama escrivaninha... Eles lá e eu cá, observando e tentando relembrar o conteúdo de cada um. Podia estar com o cérebro mareado por tantas sacudidas, mas não doido pra tentar reler tudo aquilo, mesmo porque os meus tempos de “viajar” nas Plêiades deixaram de existir faz muito tempo. eheheheh

Fixei-me primeiro no “Apocalipse”, texto escrito há quase dois mil anos e que até hoje faz gelar as nossas almas, inclusive as dos mais incrédulos. Extremamente simbólico e difícil de interpretar, sempre deu margem a muitos enganos.  Mesmo a palavra Apocalipse é atualmente interpretada erroneamente como “fim do mundo”, quando o significado original do grego é “Revelação”. Daí sempre que ocorre alguma catástrofe alguém diz “é o ‘apocalipse’ que está chegando”. Porém, desde que o texto foi escrito pelo apóstolo João em Patmos, quantas catástrofes naturais ocorreram? Muitas, visto que são cíclicas. E nos finais de séculos pós Idade Média, depois da democratização dos textos bíblicos, também não ocorreram estes fenômenos "proféticos" sobre “fim de mundo”, tal como aconteceu nos anos 1900 e 2000?

Particularmente, não entendo “Revelação” como sendo algo que aconteça repentinamente e muito menos com data e hora marcada, mas uma visão atemporal, um processo que se iniciaria antes mesmo da visão profética de João, com o Império Romano e suas bestialidades; depois na Idade Média, ou a “idade das trevas” patrocinada por aquela que se vestia “de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas”, que durou mais de mil anos e causou o advento de uma geração de céticos; passaria pela Revolução Francesa com o decreto da Assembléia que abolia a religião e as Escrituras, o que durou “três dias e meio” (três anos e meio) até que tal decreto fosse revogado pela mesma Assembléia; avançaria pela Era Industrial, cujos produtos bélicos foram utilizados por “bestas” de todos os tipos com as I e II guerras mundiais, causando dor e ceifando as vidas de milhões de pessoas; atravessaria o século XX com todos os excessos egoístas que causariam danos irreparáveis de toda ordem - tanto sociais quanto ambientais - e partiria ao futuro, cujas leis naturais de causa e efeito e ação e reação iriam culminar em cataclismos com certa constância, até que tudo isso fizesse o ser humano refletir e descobrir que o reequilíbrio e conseqüente reestruturação das coisas estão intrinsecamente ligados a reestruturação dos seus valores íntimos e espirituais, religando-se assim pelos laços inquebrantáveis do Amor entre si, o Cristo Cósmico, o Universo e com o Deus que está em tudo e em todos indistintamente.

Assim sendo, não preciso olhar para os outros livros, visto que de alguma forma todos dizem a mesma coisa. Todos falam da necessidade de nos desapegarmos de valores egoístas, até mesmo o “Quem Roubou o Meu Queijo”, para que possamos descobrir o real sentido da vida que é buscar a verdadeira essência do ser e a tão sonhada felicidade.

Entendo então que se o Apocalipse acontece todos os dias, o que inclusive podemos presenciar nos milhares de tragédias que ocorrem cotidianamente sem que consigamos observar-lhes as causas reais e que muitas vezes nos faz desacreditar na existência de um Deus boníssimo e justíssimo, isto é, Todo Amor, passo a compreender que ambos os sentidos da frase que resultou do meu desabafo “profético” estão corretos.

O “fim do mundo” não será no ano 2012, pelo menos para muitos de nós, mas o Apocalipse é now (agora) e também em 2012, 2013, 2014 e continuará até que acordemos para a verdadeira Vida!

Portanto, deixemos de ficar “encaixando a força” em todo e qualquer texto dito profético esta ou aquela tragédia já ocorrida, que está em curso ou que possa vir a acontecer. Se nem mesmo os cientistas - cuja maioria é cética e totalmente racional - conseguem prever com exatidão um fenômeno natural dito “cíclico” e por isso mesmo “mensurável”, colocando nas ocorrências sempre números inexatos que variam entre mil e quinhentos a milhares ou milhões de anos, quem somos nós para ficar com estas pretensas adivinhações? A única coisa que pode acontecer é esta enorme quantidade de pensamentos negativos lançados ao espaço recair sobre quem o lança ocasionando o seu próprio “fim do mundo”, mas não afetando nem de leve os otimistas de plantão.

O mundo não ia acabar no ano 2000? E já se passaram onze anos, continuamos inteiros, estamos no lucro e pelo jeito não aprendemos patavinas. Pois é...

4 comentários:

  1. Um texto muito rico, criativo, como sempre alíás, que de início me fez rir e depois mergulhar na reflexão séria e profunda.
    Eu adorei mesmo este texto!

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  2. Obrigado pelo incentivo constante, Máyda. Quem dera outras pessoas comentassem tbm. Faz parte. rsrs

    Beijos no seu lindo coração...

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  3. o mundo sofrerá sim uma transformação como já vem acontecendo de tempos em tempos, nunca acabará.

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  4. Pois é, Lucia. A verdadeira transformação ocorre constantemente e não conseguimos perceber.

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