IAS cria grupo com cientistas de renome para encontrar cura da aids

Françoise Barré-Sinoussi: Pesquisadora que ajudou
a descobrir o HIV quer encontrar a cura da aids
Crédito fotográfico: IAS/Steve Shapiro
25/07/2012

Sob o comando da respeitada Sociedade Internacional de Aids (IAS, sigla em inglês), organização responsável pela realização da Conferência Internacional de Aids, mais de 40 cientistas de renome se preparam para criar uma estratégia científica para a descoberta da cura da aids.


Lançado na semana passada em Washington, nos Estados Unidos, o programa “Towards an HIV Cure” (Rumo à cura do HIV) prevê a construção de um consenso mundial de prioridades científicas que devem ser pesquisadas para descobrir o que faz com que o HIV evolua em algumas pessoas, mesmo com o uso do tratamento antirretroviral.

A ideia é que estas pesquisas forneçam informações suficientes para a cura definitiva ou, pelo menos, funcional da aids, que seria a capacidade de manter o sistema imunológico protegido do HIV sem o uso de medicamentos.

O desenvolvimento desta estratégia será liderado pela pesquisadora Françoise Barré-Sinoussi, integrante do grupo francês que descobriu o HIV, e terá a participação de três grupos. O primeiro será formado por especialistas internacionais, que realizarão pesquisas nas áreas das ciências básica e clínica; o segundo terá o objetivo de garantir investimento financeiro durante todo o processo de pesquisa; e o terceiro fará a comunicação e a divulgação imediata das descobertas entre as diferentes instâncias envolvidas na resposta à pandemia, como cientistas, sociedade civil, indústria, organismos internacionais e financiadores.

A criação deste grupo refletiu na programação da 19ª Conferência Interacional de Aids, que terá dezenas de trabalhos apresentados sobre as chances de possibilidades de cura do HIV.

“Esta Conferência será um divisor de águas para os cientistas, ativistas e outros trabalhadores da saúde que estudam a questão da cura”, disse a professora da Universidade da Califórnia e uma das organizadoras da Conferência em Washington, Diane Havlir.

Segundo ela, “alguns avanços e conhecimentos rumo à cura do HIV serão discutidos nesta Conferência com muito mais propriedade que nas anteriores.”

O caso de Timothy Brown, conhecido como o paciente de Berlim, por exemplo, está sendo analisado em Washington. Brown, que tinha aids e leucemia, precisou fazer um transplante de medula, e seus médicos procuram um doador compatível que tinha uma mutação no gene CCR5 que atua como porta de entrada do vírus HIV nas células. Cinco anos depois da operação, ele vive sem antirretrovirais e sem a progressão do vírus no corpo. No entanto, especialistas explicam que este tipo de transplante é raro e muitos pacientes não resistem, o que torna sua replicação impossível como método de cura.

Durante a Conferência estão sendo discutidos também os casos dos pacientes chamados de “controladores de elite”, que diferentemente de quase todos os infectados, não têm os sistemas imunológicos afetados pela HIV e não desenvolvem a aids. E o grupo de pacientes da França que assim que se descobriram portadores do HIV começaram a terapia com antirretrovirais e quando pararam não desenvolveram mais a doença.

Lucas Bonanno, de Washington

A Agência de Notícias da Aids faz a cobertura da Conferência Internacional de Aids em Washington em parceria com o portal UOL, Rede Cultura, Rádio Estadão/ESPN, Voz da América e Rede de Comunicação Oboré.

Esta cobertura tem apoio da Anglo American, Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa do Brasil), laboratório MSD e Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Durante o evento, está também sendo produzido um documentário sobre o trabalho das ONGs internacionais com apoio da mineradora Anglo American e do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).

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