A "onda verde", os novos veículos e as energias alternativas

Por meio do seu conceito de "ambientalmente correto", a crescente e necessária "onda verde" influencia cada vez mais as decisões dos consumidores no momento da compra e, desse modo, obriga empresas de todos os segmentos a se readequarem à nova realidade para não sofrerem perdas e assim poder se manter firmes no mercado.

Com o setor automobilístico não poderia ser diferente, principalmente por seus produtos serem responsáveis por emissões de enormes quantidades de CO2 no meio ambiente, cujos malefícios se dão tanto pela sua contribuição para o chamado "efeito estufa" quanto na causa de inúmeras doenças das vias respiratórias em usuários dos grandes centros urbanos.

 O artigo do site Inovações Tecnológicas sobre o assunto mostra bem como essa mudança está ocorrendo:

"Indústria automobilística contra-ataca com motores pequenos

Com informações da BBC - 25/06/2012


Tecnologia de motores compactos economiza sem perder potência
O 1.0 de três cilindros da Ford tem a mesma potência
que o 1.6 que ele substitui. [Imagem: Ford]
A indústria automotiva parece decidida a colocar no mercado as mais significativas inovações em termos de motorização desde o advento da injeção eletrônica.

Preocupadas com o peso dos quesitos ambientais adicionados às avaliações dos seus carros, feitas por sites e revistas especializadas, as grandes empresas esperam parar de perder pontos, e clientes, pela fama de carros beberrões e politicamente incorretos.

Motor de três cilindros

O novo Focus, da Ford, por exemplo, é equipado com um motor menor, mais econômico e que, no entanto, tem a mesma potência que o motor que ele substitui.

Com três cilindros minúsculos, é uma mudança histórica em relação aos motores de quatro cilindros, mas com ganhos em termos de economia de gasolina e menor emissão de dióxido de carbono (CO2).

É um motor 1.0 substituindo um motor 1.6.

Ainda assim, ele tem a mesma potência do motor anterior, que ele substitui, mesmo sendo 30% mais leve.
"E nós conseguimos obter uma melhora de 15 a 20% na economia de combustível," garante Tim Winstanley, da Ford.


Tecnologia de motores compactos economiza sem perder potência
O revolucionário TwinAir 500, da Fiat, promete
fazer 30 km/l de combustível. [Imagem: Fiat]
Evolucionário e revolucionário
Mas, se o pequeno motor da Ford dá à empresa um pouco de vantagem sobre seus rivais no momento, a montadora não é a primeira a seguir este caminho.

"Nós observamos o downsizing dos motores em toda a indústria", disse Kaushik Madhavan, diretor de pesquisa da consultoria Frost & Sullivan, "embora as montadoras estejam tomando rotas diferentes para chegar lá."

A Fiat, por exemplo, usa um motor turbo de dois cilindros em seu TwinAir 500, fiel ao Cinquecento original, de 1957.

O motor tem alta eficiência em termos de consumo de combustível graças a uma gestão cuidadosa da quantidade de ar que entra no motor, o que ajuda a melhorar a combustão.

Tudo é feito com a utilização de controles eletro-hidráulicos das válvulas de entrada, no lugar do tradicional comando de válvulas por eixo.

"O motor da Ford é evolucionário," opina Madhavan. "Mas o da Fiat é revolucionário."
O design retrô da Fiat promete fazer 30 km/l de combustível, com uma emissão de CO2 de apenas 95 g/km.


Único e bem-sucedido

Tecnologia de motores compactos economiza sem perder potência
O 1.4 TSI da VW oferece melhor potência e melhor
característica de torque do que um motor
de 2.3 litros aspirado. [Imagem: Volkswagen]
O grupo Volkswagen também é ativo nesse campo, tendo introduzido um minimotor a gasolina com injeção direta em 2005.

O motor a gasolina 1.4 TSI oferece melhor potência e melhor característica de torque do que um motor de 2.3 litros aspirado, também oferecendo economia de combustível e redução nas emissões, segundo a empresa.

"A abordagem da Volkswagen é muito original e muito bem-sucedida. Poucas montadoras até agora mostraram motores que são turbo e supercharger," disse Madhavan.

Enxugamento agressivo

Desenvolvimentos similares estão ocorrendo em toda a indústria automobilística, o que inclui fabricantes como a maior empresa de carros de luxo do mundo, a BMW, que está se preparando para introduzir os frugais motores de três cilindros em seus carros.

"Consequentemente, os motores a gasolina vão passar por enxugamentos muito mais agressivos do que os motores a diesel," diz Madhavan.

Na Europa é permitido o uso de motores a diesel em automóveis, e esses vinham roubando lugar dos motores a gasolina há vários anos, graças a novas tecnologias que permitem que elas poluam menos do que seus equivalentes a gasolina.

Mas isso parece destinado a mudar.

A empresa de consultoria de Madhavan prevê que, até 2018:
  • mais da metade dos carros movidos a gasolina vendidos na Europa terão motores menores que 1.2 litro, em comparação com um quarto em 2010;
  • carros com motores a gasolina pequenos, menores do que 1 litro, vão alcançar parcelas de mercado de 5% a 16%;
  • apenas 5% dos veículos a gasolina terão motores de 2 litros, contra 10% em 2010."

Atitudes como essas, apesar de parecerem insignificantes para muitos, com certeza representarão um maior fôlego para o nosso planeta a médio e longo prazos.

Além dos motores a combustão mais eficientes e menos poluentes, também estão aumentando significativamente os investimentos na produção de veículos com propulsão elétrica e na geração de energia alternativa por meio de fontes renováveis e limpas.

No Brasil, uma dessas energias alternativas, a solar, está em vias de futuramente ser uma das suas maiores contribuidoras para geração de energia elétrica. É certo que os atuais investimentos do país para esse tipo de fonte energética é insignificante, mas isso só acontece porque os painéis solares têm um custo de produção muito elevado, mas isso está para mudar.

Pesquisadores da UNICAMP conseguiram obter silício purificado, a matéria-prima utilizada para fabricar as células solares fotovoltaicas, fato inédito no país. Isso quer dizer que a partir de agora é só começar a produzir este elemento em grande escala e os custos da fabricação dos painéis solares declinarão rapidamente.

Como esses painéis já são fabricados no Brasil, então temos a tecnologia necessária. Temos as maiores jazidas de quartzo do mundo, material este do qual se obtém o silício purificado. Temos sol a vontade (o nordeste que o diga). Então só faltarão os investimentos necessários, seja da iniciativa privada ou pública. 

Com isso, não somente o setor energético será beneficiado, mas também aqueles que hoje sofrem pela escassez de água, excesso de sol e falta de energia elétrica.

É, amigos... a onda, ou melhor, o tsunâmi verde veio para destruir velhos conceitos de consumo e transformar o mundo para melhor.

Quem viver, verá!

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