Enfim, testes com drogas contra intoxicação radiotiva têm bons resultados

fonte imagem: UNODC
Novas drogas estão para ser aprovadas nos próximos anos para tratamento da Síndrome Aguda de Radiação (SAR), doença ocasionada pela exposição num curto período de tempo a altas doses de radiação. Entre estas estão algumas com efeito antioxidante e uma com propriedades que ajudam a evitar o "suicídio" das células.


Tratamento atual

Atualmente não existe qualquer terapia contra as reações fisiológicas causadas pela radiação. O único tratamento disponível utiliza cápsulas de iodo para impedir a fixação do iodo radioativo na tireóide e assim diminuir o risco de câncer nesta glândula, principalmente em mulheres grávidas ou que amamentam, jovens, crianças e bebês. O problema é que para evitar danos, se deve agir uma hora antes da emissão de partículas contaminadas. Se o iodo for aplicado durante as 24 horas seguintes, a taxa de proteção cai para apenas 25%. 

Em geral, outros tratamentos disponíveis só servem para amenizar os sintomas enquanto que nos casos graves "existe a necessidade de transfusões, antibióticos e suplementos de fluidos. Drogas oncológicas são usadas para estimular o funcionamento do sistema imune." (Estadão)

Efeitos da radiação no organismo

Uma vez que o indivíduo esteve exposto durante certo tempo à radiação de alta intensidade, a água e o oxigênio contidos em seu corpo liberam grandes quantidades de radicais livres, os quais alteram várias estruturas celulares - entre elas o DNA e a membrana - e isso faz com que muitas células se tornem "suicidas", o que poderá se traduzir em diversos tipos de cânceres, assim como os de tireóide, sangue e pulmões, cuja gravidade dependerá da dose radiotiva que foi absorvida.

fonte imagem: bioradicais
De acordo com artigo do ano passado (13/3) no Terra, "a médula óssea é a parte do corpo humano mais frágil à radiação e exigirá hospitalização, com transfusões de sangue, se atingida". Diz ainda que "para uma dose muito forte não tem solução", tal como explicou o professor Patrick Gourmelon, diretor da seção de contaminação humana do Instituto francês de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN). (Terra)

Os sintomas, segundo matéria do Estadão de ontem (12),
"(...) costumam variar de enjoo e dor de cabeça à síndrome hematopoiética - falência das células responsáveis pela produção do sangue, com a consequente diminuição no número de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. (...)

Se a exposição à radiação for maior, pode ocorrer a síndrome gastrointestinal, com hemorragias no sistema digestivo, mais difícil de ser tratada, que pode levar à morte em cinco dias. Nos casos mais graves, chega-se à síndrome do sistema nervoso central, quando neurônios - as células mais resistentes à radiação - morrem. O quadro de agonia dura poucas horas e é sempre fatal." (Estadão)

Novos remédios

Entre os remédios que estão em fase de teste clínico com resultados promissores, alguns têm efeito antioxidadante, os quais objetivam diminuir os problemas causados pelos radicais livres. 

No Brasil existem estudos baseados na atividade do resveratrol, antioxidante natural presente no suco de uva e no vinho. Em entrevista ao Estadão, o cientista que testa a substância em culturas de células expostas à radiação, José Roberto Rogero, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen),disse que em pequenas doses, ele possui uma ação radioprotetora e que "em doses maiores, funciona como radiosensibilizador, amplificando o efeito da radiação."

Uma outra droga, intitulada como CBLB502, ainda está em estudos pré-clínicos em animais e tem a função de inibir a proteína que inicia o "suicídio" das células. Em desenvolvimento para reduzir o risco de morte após a radiação, descobriu-se também que ela tem propriedades anti-cancerígenas quando administrada como um agente único em um número de modelos de tumores experimentais (cólon e cancro do pulmão, linfoma e melanoma) em animais, particularmente em tumores localizados no fígado.

Segundo a Reuters, devido a estas últimas propriedades, o Cleveland BioLabs, Inc. anunciou em outubro de 2011  que pediu aprovação da Food and Drug Administration EUA (FDA) para uma nova investigação com aplicação da droga (IND) para análises clínicas em uma variedade de configurações de pacientes oncológicos.

Ramesh Kumar, presidente da Onconova, uma das empresas que desenvolvem os novos medicamentos, afirmou ao Estadão que ainda não sabem qual será o mercado dessas drogas e que "os principais compradores serão os governos, mas teme um mercado excessivamente restrito".

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