Máximo engano: tempestades na casa vizinha não afetam a minha (parte 3)

Opa! Estou de volta e pronto para continuar a nossa conversa. Demorei um pouco porque a malha net-viária estava totalmente congestionada e quando está assim, já sabe, né? Estamos preparados? Então vamos lá...

No “capítulo” anterior, falei que o egoísmo/egocentrismo levam algumas pessoas a entrar num estado de delirium tremens tal que se fossem colocadas em transe hipnótico seus desejos reprimidos as fariam pensar que são os reis e rainhas de outrora reencarnados na vida presente e até mesmo a chegar ao cúmulo de se acreditarem tão diferentes dos outros seres humanos que diriam não ser deste mundo, mas sim alienígenas integrantes do Conselho Geral de Alfa-Centauro, vindos de alguma constelação distante, principalmente de algum planeta que supostamente existe nas Plêiades.

Não? Preciso reler o que escrevi? “Já vi isso antes. Estou em processo de DéjàVu. Há algum tempo saí do corpo e viajei para o futuro até este exato momento. Preciso contar isso para alguém com urgência”. Está bem... Farei uma leitura meia-boca dinâmica para lembrar o que foi dito. (...)

Eita, macaxera do capeta braba! Essa farinha (de mandioca) tá me fazendo um mal danado! Misturei tudo! É sério que falei que sou um alienígena? Não me lembro disso não! Talvez tenha dito que às vezes me sinto como se não fosse desse mundo, mas nunca afirmaria ser um ET. Alguém deve ter bulido mexido no meu texto. Ou é coisa de racker ou estou começando a ter problemas com o... Como chama mesmo aquele alemão? AlkaSeltzer? Shuazeneger? Aftazharden? Hemorroidazhiden? Alz... Heim? Ér isso! Esse cara mesmo! Alzheimer! Vixe! Brinca com isso não porque ainda sou garotão (sic!²)! rá rá rá rá! Aí é Freud! Ele com certeza afirmaria que se trata apenas de um ato falho e nada mais. rá rá rá rá

Tá! Concordo que apesar de infelizmente não ser o homem-aranha, acabei caindo na minha própria teia. Mas eu jamais disse ser diferente dos outros e isso você há de admitir, não é vero? É... Tem razão... Estou tentando arrumar uma outra desculpa para justificar o injustificável. Só o fato de dizer que me sinto como não sendo deste planeta já denotou discriminação de minha parte para com todos os terráqueos demais. he he he Ironias à parte, aproveito para dizer que é exatamente desse modo que acontece: estamos sempre procurando desculpas esfarrapadas para que o nosso orgulho amor próprio não seja ferido.

“Me humilhar? Nunca!”
Perceba nesta afirmação que o egoísmo/egocentrismo nos tornam tão míopes  que comumente só conseguimos enxergar o verbo “humilhar” como sinônimo de “aviltar”, “menosprezar” e "rebaixar" quando deveríamos compreendê-lo mais pelo nobre significado inerente à sua própria raiz que é “tornar humilde”. Isso faz, inclusive, um ou outro vomitar lançar pérolas tais como “sou humilde a toda prova, mas não aceito ser humilhado!” Bilionário? Rico? Pobre? Miserável? Não importa. Frases como esta são ditas diariamente em todas as "classes sociais". Quando não dizem, pensam...

Agora retornemos aos “ídolos” para comentar sobre os fatores que levam pessoas a ser fãs de outras. Antes quero acrescentar que este fenômeno não ocorre exclusivamente com “celebridades”. Como podemos observar, normalmente acontece em todos os lares e é lá que tudo se inicia, com algumas exceções.

Para entender, devemos lembrar que nós já nascemos com os instintos de preservação e estes são importantíssimos para nossa sobrevivência durante esta fase inicial. O choro para chamar a atenção e a busca pelo seio materno fazem parte destes automatismos. Até aí tudo bem, pois é uma necessidade, mas se os instintos não começarem a ser domados refreados pelos pais/mentores para que a criança paulatinamente aprenda a ter controle sobre eles, principalmente no intervalo que vai do zero aos quatro anos, serão eles que rapidamente dominarão a criança. Define-se a partir daí quem será o menos ou mais egoísta; o menos ou mais egocêntrico.

É a tal luta subjetiva na qual o benévolo Eu busca obter ao máximo o controle sobre o famigerado Ego para sua própria felicidade e, por conseqüência, para a felicidade  de todos que lhe são iguais, mas infelizmente é ele quem normalmente sai dominado visto à inobservância correta do chamado “processo educativo” por parte daqueles que detém tal responsabilidade. Resultado: a felicidade passa a ser interpretada pelo Eu, agora sob o domínio do Ego, como algo exterior a si mesmo. Daí aquela sensação de “vazio” que todos sentimos, a mesma que é “manipulada” com muita propriedade pela Publicidade tal como já comentamos em outro artigo.

Não! O processo educativo que falamos não é o da educação escolar. A esta cabe mais a incumbência de ampliar o repertório intelectual e cultural do indivíduo. Aquele processo é a educação para a erradicação das más tendências e para a conscientização sobre a importância do respeito, do controle emotivo, das boas atitudes para com o próximo, do melhor servir do que ser servido e de ser útil para a vida e para a sociedade, educação esta que é de total responsabilidade da família (órgão formado por células-indivíduos do “corpo” chamado Humanidade), principalmente dos pais.

Entre os animais, não é raro os adultos darem patadas ou mordidas (suaves, é claro) em seus filhotes quando estes ultrapassam certos limites, numa clara manifestação de reprovação e de ser esta a sua forma de dizer “pára com isso, moleque abusado! Isso é errado! Não pode fazer assim!” em linguagem animalês instinto-educativa. E o “rapazinho” imediatamente assimila aquela importante lição e vai quietinho educadamente para o seu canto.

Nós, humanos, temos a mesma necessidade instintiva de educar para a vida, porém como somos “evoluídos” e inteligentes, buscamos aprimorar este processo para que o método aplicado seja cada vez melhor, principalmente daquele aplicado em nós pelos nossos progenitores, isso porque os métodos mais “antigos” doíam demais tanto nos nossos lombos corpos quanto nos nossos egos feridos. Das lembranças dessas doloridas lições surge a idéia fixa do “meu filho não vai passar pelo o que passei”, esquecendo-nos, entretanto, que foram tais experiências dolorosas que moldaram o nosso atual caráter, o qual julgamos ser bom o suficiente para ser o melhor exemplo a ser seguido pelos nossos filhos.

Então afrouxamos as “rédeas” e demos maior liberdade às crianças e isso chegou a tal proporção que acabou virando um conceito legalizado! Êbaaa!!! Até poderia realmente ser “legal” e dar melhores frutos caso não fosse mal interpretado e também não resultasse em alguns modos de “cuidar” nada educativos: o protecionismo e a sua versão mais radical que é a super proteção por parte dos ídolos/fãs super-pai, supermãe, super-avós e outros super-demaisparentes.

Sabe aquela criança capetinha malcriada (palavra que diz tudo) com mania de se jogar no chão aos berros, falar palavrões, enfrentar professores, chutar canelas e dar socos nas partes íntimas dos adultos enquanto os pais imbecis inconseqüentes, ou ídolos/fãs, apenas acham graça e ainda tomam suas dores e o defendem com “unhas e dentes” quando alguém resolve lhe dar uma bronca? Então...

E as causas da tal paixão/idolatria/fanatismo? Bem... Quando não aprendemos a controlar os nossos instintos e o nosso ego nos domina, passamos a ter uma imagem distorcida de nós mesmos como se nos faltasse algum pedaço. De acordo com as informações que desde a mais tenra idade assimilamos e aceitamos como aquilo que supostamente seria o modelo “ideal” para o nosso ego se sentir “confortável”, buscamos nos espelhar ao máximo em quem percebamos as características que se adéquam a tal modelo como forma de tentar complementar o “pedaço faltante” e assim tentar obter uma melhor imagem de nós mesmos.

Eis que surge aquele(a) que gostaríamos de ser. Porém, por nos sentir inferiores e incapazes de alcançar os mesmos “valores” daquele estereótipo “ideal”, passamos a idolatrá-lo ou, de modo inverso, a odiá-lo caso o nosso ego rejeite tudo o que ele possa nos apresentar como “superior”, ao que o povo costuma chamar de “inveja”. “Esse cara é muito metido! Não sei por que o admiram tanto.” É como uma mulher olhar uma revista de beleza e querer ter a mesma “perfeição” daquelas “lindas” modelos, por mais que isso lhe pareça impossível. Das duas uma: ou odiará a modelo na tentativa de confortar a si mesma ou passará a ser sua fã pelo mesmo motivo.

Como isso tudo começa? Através dos primeiros modelos que nos são apresentados na fase incial da vida: os pais e demais familiares. Ultimamente a coisa se complicou muito mais porque os pais descobriram que a TV é uma ótima alternativa para distrair as crianças. Aí entram aquelas “tias” boazinhas e “divertidas” que apresentam programas infantis e que mostram um monte de CDs com músicas e brinquedos assinados por elas. Nem preciso dizer o quanto isso faz com que as crianças se tornem idólatras e consumistas antes mesmo de aprenderem a falar “papai” e “mamãe” de forma correta, quiçá entender as letras das músicas ou para que sirva o “notebook” que tem o nome/marca da “tia”. E haja dinheiro para satisfazer o ego infantil manipulado pela mídia! Os pais falidos que o digam ! rá rá rá rá


Juro que também pensei que este seria o último “capítulo” da nossa blognovela crônica (sic!³), mas essa minha mania de pseudo sabedor me faz encher lingüiça explicar ao máximo estas coisas “simplesinhas”, não sei por quê. rá rá rá rá Prometo que finalizo no próximo, ta bem? Vambora pra um café? Eu to indo!

(A seguir, o último capítulo!)

4 comentários:

  1. nossa tu ta cada vez melhor parabens e realmente é verdade o q tu falou eu como eu como mae faço isso mesmo com meus filhos e na real tu ta certo nos defendemos eles demais por isso nao crescem e muitas vezes aindam mandam na gente parabens o q tu escreveu me fez refletir obrigada bjs....

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  2. Essa revisão da forma de educar, que coloca em xeque aquilo de criança/adolescente se sentir um reizinho tirano, talvez possa reverter o que ocorre em sala de aula: alunos que não têm mais qualquer noção de limite. mesmo. Participo de uma comuniadde de professores e o que relatam é de estarrecer! Não sei como aguentam!
    Da mesma forma que um abordagem equivicada da necessidade de se mudar um paradigma excessivamente autoritário demorou algum tempo para ser assimilada, ( e dar no que deu), talvez leve também mais algum tempo para se rever este equívoco. Mas se muitos começarem a apontar para onde isto levou, as coisas podem demorar menos para mudarem. para melhor, Desta vez, para melhor, para um ponto de equilíbrio, se Deus quiser!
    O amor dos pais deve ser imenso, mas as cobranças de responsabilidade ídem!

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  3. Pois é, Ana. Na tentativa de satisfazer nosso próprio ego, supostamente ferido durante nossa infância, passamos a negligenciar na educação dos filhos, dando-lhes tudo aquilo que não pudemos ter. A criança cresce achando isso normal e que o mundo também tem o dever de lhe dar tudo que "necessita". Quando deparam com a realidade totalmente inversa, se rebelam. Ironicamente, os que mais sofrem as conseqüências são os próprios pais, primeiro da forma que vc falou, pela perda total de controle, e no futuro com possíveis decepções, algumas até gravíssimas, tais como aqueles gerados pelo envolvimento com o mundo das drogas.

    Obrigado pelo carinho constante!
    Beijos no teu lindo coração...

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  4. Máyda, a meu ver tem que existir um meio termo no modo de educar. A forma antiga, excessivamente autoritária tal como vc falou, deixa uma lacuna no indivíduo, um sentimento de que algo lhe falta, o que nada mais é que a necessidade de ter se "sentido criança" durante os momentos da sua infância, por neles lhes ter sido privados as oportunidades dos exercícios instintivos e portanto naturais que chamamos de "diversão infantil", tão necessários ao desenvolvimento do conforto psíquico dos indivíduos (manutenção dos níveis de adrenalina/energia) e das suas relações saudáveis com a sociedade.

    Citei o mundo animal porque nele os filhotes "brincam" não por acaso, assim como também não é ao acaso que vez ou outra os limites desses exercícios são demarcados com patadas e mordidas, porém suaves.

    Neste quisito, a diferença entre nós e os bichos é que podemos demonstrar e ensinar os limites de outras maneiras, sem necessidade das "patadas" e "mordidas", visto termos meios de "comunicação" mais complexas e "civilizadas", apesar que muitas vezes o ser infantil não os compreenda e os assimile e aí também necessitamos , vez ou outra, apelar para a linguagem universal do suave tapinha na mão ou no bumbum, como forma de dizer "não" e como demonstração de autoridade. Afinal, amar também é saber dizer não, não é vero?

    Beijos no coração...

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